O milagre dos ipês
florir é
eternizar
cremos
mas não
vemos…
“Da janela lateral do quarto de dormir” avistei um ipê desnudo de folhas, era só galha seca. Descuido o olhar e ele me surpreende com suas flores amarelas, vestes tão belas. A florada dos ipês parece milagre e ninguém vê no exato momento em que acontece. Quisera perder para sempre as minhas agendas que conflitam desejo e dever. Desejo de ser feliz e dever de corresponder às expectativas deste mundo.
Assim, ficaria em vigília sob as galhas de um ipê. E, fitando meus olhos, esperaria o tempo que fosse até que suas flores surgissem das galhas secas, de onde parece impossível nascer algo tão belo. Movido apenas pelo desejo de me entregar ao fugaz encanto da existência, contemplativo, em absoluto estado de êxtase, quando ‘chronos’ beija ‘kairós’. Isso é ser feliz!
ipês
amarelos
urge
vê-los
tão
belos
Na aridez do inverno, hiberna o prenúncio da primavera. São as galhas secas do ipê.
Aparentemente inúteis aos olhos do mundo surpreendem e ficam grávidas da beleza. O ipê primeiro parece que morre antes de belo renascer… O milagre da ressurreição…
folhas
secas
sob
os pés
até
virem
os
ipês
Mestres naturais que ensinam lições fugazes de espera e crença em dias melhores, mais belos…
bastou
que fosse
sequidão
e aridez
para vir
doce
a lição
dos ipês
nada
impere
seco
ou triste
que não
espere
o belo
existe
joão gimenez
14/08/2018
passarinhos e borboletas como vês… esses poetas pequeninos sopram ipês amar-é-lindo-s -‘- joão gimenez 17/09/2021 -‘- foto: Claudete Gimenez Caminho […]
aldravia de domingo – 289 joão gimenez – 01/10/2023 ter o cosmo como? somos dele
Carta do Vovô IX Belo Horizonte, 12/10/2020 Ei Sarinha, minha boniteza Hoje é um dia especial no Brasil. Marca o […]
João Gimenez é escritor e poeta. Garimpeiro de palavras.
Tem três livros publicados. A completude do verso (2013 – Editora 3i), Versos Velados (2015 – Editora 3i) e O céu, a lua e as estrelas (2019 – Editora Aldrava, Letras e Artes).
Com O céu, a lua e as estrelas, João Gimenez foi premiado em 3o. lugar no Concurso Internacional de Literatura da UBE/RJ – União Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro, na modalidade Aldravia, Prêmio Gabriel Bicalho.
É membro efetivo da ALACIB – Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil – Mariana – MG e da SBPA – Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas.
Contatos com o autor: