Meu amigo poeta Bené Benedito Sergio Rezende
Hoje me tornei órfão de você, meu amado amigo de tanto tempo. Referência de equilíbrio e sensibilidade. De conhecimento. E da eterna busca dos saberes. Ético e estético.
Reli cada uma de uma imensa tira de mensagens que trocamos sempre pelo whastsApp. De 02/03/2019 até 18/02/2023, depois que me aposentei e troquei o meu número. As de antes se perderam no limbo desse mundo cada vez mais digital. Nossas conversas constituem retrato da nossa amizade.
Tenho muitas relíquias suas. Guardo-as num lugar especial do meu coração. Para nunca serem esquecidas. Eis uma delas. Em nosso exercício de aldraviar…
caminho
das
pedras
pedras
no
caminho
E outras, como nesta troca dialógica de 02/10/2019
Bené: Amigo Poeta,
Quisera ter a sua veia poética.
Mas, a natureza não foi tão pródiga comigo.
Inspirado em seu minimalismo,
fiz uma reflexão sobre o momento sombrio, para quem como eu está descendo a serra.
Sexagenário
Passado remoto
Presente volátil
Futuro distante
Sexagenário
Esperança vacilante.
Eu: Uau. Lindíssimo Bené. Vc tem a sensibilidade do poeta. Continue, pois tem muito talento.
Bené: Obrigado!
Eu: Permita-me derivar uma aldravia…
remoto
volátil
distante
sexagenário
esperança
vacilante
A sua bela aldravia das pedras, entre tantas possibilidades sensoriais, sintetiza o que foi a nossa amizade neste plano. E o que é e será para sempre no plano de nossas almas.
Na nossa profissão – no exercício da nossa missão de gestores e educadores – você sempre me indicou o caminho das pedras. Todas as vezes que eu lhe apresentava – em dor – as muitas pedras que tanto encontrei em meus caminhos. Pedras compartilhadas. Pedras atiradas. Pedras retiradas. Pedras dissolvidas numa espécie de pó criativo. Pelo moedor de nossas consciências. De nossas resistências. E de nossas esperanças. Consistências éticas. Sempre.
E o nosso diálogo de 2019? As palavras e os versos mínimos falam por si. E por nós. Do que já era em nós antes de ser para o mundo…
Suba em paz aos céus da eterna poesia, meu amado amigo. Pelos degraus da linda escada que você alcançou construir com seus gestos de fé, amor e esperança. Seu legado fica aqui neste mundo para sempre, com todos os seus. Nossa inspiração e nossa resiliência lutadoras de um mundo melhor sempre, para todos.
Sua presença neste mundo vai nos fazer muita falta. Mas saiba. Vamos nos agarrar, juntos, a tudo o que você plantou em nossos corações.
João Gimenez
10/05/2023
aldravia de domingo – 266 joão gimenez – 12/02/2023 selene a-lua em si in-si- nua
aldravia de domingo – 251 joão gimenez hortênsias concíli@/das diferenças dialogia sem desavenças
aldravia de domingo – 242 joão gimenez de-mente ausente pais criança noutra infância 😢😢 19/06/2022
João Gimenez é escritor e poeta. Garimpeiro de palavras.
Tem três livros publicados. A completude do verso (2013 – Editora 3i), Versos Velados (2015 – Editora 3i) e O céu, a lua e as estrelas (2019 – Editora Aldrava, Letras e Artes).
Com O céu, a lua e as estrelas, João Gimenez foi premiado em 3o. lugar no Concurso Internacional de Literatura da UBE/RJ – União Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro, na modalidade Aldravia, Prêmio Gabriel Bicalho.
É membro efetivo da ALACIB – Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil – Mariana – MG e da SBPA – Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas.
Contatos com o autor: